|O poder de uma bactéria|

Não há como negar que brincar na areia ou rolar na grama não traga uma sensação boa de liberdade. Mesmo em um ambiente urbano, as oportunidades de colocar a mão na terra, seja em um pequeno vaso dentro de casa ou em um jardim na pracinha da esquina, traz um sorriso iluminado nas crianças. (E não apenas nelas!) Será que há uma explicação científica que explique porque se sujar faz tão bem?!! Sim, há!

O artigo publicado na revista Neuroscience pelo professor do Departamento de Fisiologia Integrativa e do Centro de Neurociências na Universidade do Colorado em Boulder, Christopher Lowry apostava, já em 2007, na sujeira como a nova “fluoxetina” – um dos mais tradicionais antidepressivos.

A responsável por isso seria uma bactéria com propriedade antidepressiva específica do solo, a Mycobacterium vaccae capaz de atuar na regulação do comportamento emocional.
Para Lowry, essas bactérias auxiliam  no combate a transtornos psiquiátricos relacionados a períodos de inflamação corporal elevada, como transtorno depressivo ou transtorno de estresse pós traumático.

Se naquele momento era preciso mais estudos para comprovar que tais bactérias encontradas no solo poderiam tornar o ser humano mais feliz, aos poucos a teoria que o contato com o meio ambiente poderia reduzir processos inflamatórios no corpo aliviando os transtornos foi ganhando adeptos.
Durante o 110º Encontro Geral da Sociedade de Microbiologia (ASM), em 2010, realizado em San Diego, EUA, cientista conferiram a Mycobacterium vaccae – a mesma bactéria de solo natural, que as pessoas geralmente ingerem ou respiram quando passam algum tempo na natureza – além das capacidades antidepressivas também a capacidade de deixar pessoas mais inteligentes, por aumentar os níveis de serotonina no cérebro.
Anos depois, para complementar o cientista Ming Kuo, da Universidade de Illinois, conduziu outra pesquisa, afirmando ser o sistema imunológico o principal responsável pela sensação de felicidade. Sugere ainda ser o caminho central a natureza,  unindo fatores importantes no processo como o aumento na produção de vitamina D estimulada pela luz solar, respirar ar puro, e manter contato com a Mycobacterium vaccae – bactéria do bem encontrada em solo natural.
Seguindo essa linha de pesquisa, relacionando à biodiversidade do ambiente natural à saúde, um estudo realizado pela Universidade da Califórnia em San Diego acalma as mamães, garantindo que não é preciso interromper as brincadeiras das crianças na terra porque o sistema imunológico será beneficiado. 

As bactérias normais que ficam na pele das crianças são benéficas e até evitam inflamações causadas por machucados. Em contato com a sujeira, o organismo cria anticorpos, reforçando as defesas do organismo para quando precisar se proteger de micro organismos indesejáveis. 
Isso sem mencionar que é no chão que ele aprende a engatinhar e dar os primeiros passos.

Na prática, é aquela velha história que proteção demais não faz bem.
Mas nem por isso deixe de  ensinar seu pequeno a lavar as mãos.

 
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