Perceber claramente os aromas desperta a consciência, os instintos e as emoções, eleva a espiritualidade e afeta a qualidade de vida. A perda do olfato, por outro lado, interfere na capacidade de avaliar as condições de segurança pessoal como identificar o vazamento de gás ou alterar funções sensoriais interligadas como o paladar e o cheiro de uma comida estragada.
E não para por aí! A avaliação da função olfatória em idosos pode identificar condições cognitivas até alterações neurais, como no caso de doenças neurodegenerativas.
Há estudos associando disfunções no sistema sensorial às funções cerebrais, uma vez que anatomicamente as duas regiões do cérebro estão próximas ( a região que identifica os odores e o setor da memorização) e assim, relacionando à doenças de Huntington, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), Parkinson e Doença de Alzheimer.
O sistema olfativo é o primeiro atingido pela doença de Alzheimer, que lentamente compromete à memória, como explica o psicobiológo americano do Centro Monell dos Sentidos Químicos, na Filadélfia, Charles Wysocld em seus estudos sobre a doença neurodegenerativa, que além de apagar registros do passado, dificulta a percepção dos cheiros. Seguindo a mesma linha de estudo, a Universidade McGill, no Canada, realizou um teste olfativo onde flagrou a perda da capacidade de perceber cheiros no estágio inicial da doença.
A partir daí, muitos especialistas passaram a considerar essa relação.
Estimular o sistema olfativo através de exercícios simples seria uma forma de fortalecer e favorecer ligações entre os neurônios para afastar, em parte, a ameaça das doenças que enfraquecem as lembranças.
Entre eles, o exercício de exigir o máximo do sistema olfativo por meio de práticas como cheirar um chá de ervas ou uma flor diferente a caminho do trabalho. Acredite, por mais estranho que possa parecer, desafiar o cérebro a tomar consciência de odores, principalmente novos ou inesperados, obriga os neurônios a trabalhar dobrado.
Outra sugestão, é tentar identificar constantemente notas diferentes em odores relativamente conhecidos, como perfumes e vinhos.
Vale ressaltar que nenhum desses exercícios é solução para o problema, que precisa ser combatido desde sua fase pré-sintomática, 10 ou 15 anos antes que o distúrbio avance incapacitando o paciente para as funções básicas do dia-a-dia a fim de garantir melhor qualidade de vida ao paciente e à família.