Quando a pressão arterial atinge ou supera a marca dos 14 por 9 (o ideal é 12 por 8), não há o que se discutir. É hora de procurar um médico, repassar seu estilo de vida e mudar sua dieta. Isso porque, segundo estudos no mundo todo, sedentarismo, excesso de peso, tabagismo e estresse estão entre os fatores que contribuem para esse quadro. E é claro, o consumo excessivo de sal.
Lembrando o estudo elaborado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, o consumo de sódio diário da população brasileira excede em mais de duas vezes a quantia recomendada pela Organização Mundial de Saúde, que prevê para cada pessoa, o consumo diário de sódio de 2 g e a quantidade máxima de sal de 5 g.
Ainda que se leve em conta somente a recomendação número 6 do Guia Alimentar – elaborado pela Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde – que trata sódio e sal como sinônimos e recomenda a ingestão máxima de 5 g de sal diariamente (equivalente a 2 g de sódio, o limite sugerido) ainda estamos falando em excessos.
Coletados entre julho de 2002 e junho de 2003 os quase 100 mil registros de compra de alimentos – segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares – resultaram em uma média de sódio consumida por dia em uma dieta alimentar de 2.000 kcal. Na seqüência, em 2009, o departamento de nutrição da USP realizou outra pesquisa, identificando que todas as classes sociais consomem quantidades superiores às recomendadas.
O vilão é o tempero adicionado na comida, e não apenas o sal de cozinha, que é responsável por 70% nessa equação. A procura por produtos industrializados elevou essa taxa, uma vez que o sódio é utilizado como conservante nesses produtos, aumentando o prazo de validade. Sucos industrializados e biscoitos recheados fazem parte dessa lista, afetando principalmente jovens e adolescentes, faixa etária em que a OMS recomenda que o consumo diário de sódio seja limitado a 1,5 g.
Embora o consumo de sódio seja essencial para a saúde, seu excesso, porém, pode causar aumento da pressão arterial e acidente vascular cerebral.
Atenção nos rótulos, procure reduzir o consumo de produtos industrializados e não salgue a comida depois de prepará-la para garantir uma vida saudável e mais feliz! O cloreto de sódio não representa um vilão a ser banido. O problema está no exagero!
É preciso estar sempre atento a essa ameaça silenciosa que tem como agente preventivo o cuidado com o que passa pelo prato. Para ajudar você a entender melhor como isso acontece e oferecer sugestões que podem ser discutidas com seu médico, o Sintonia traz uma entrevista sobre a dieta do hipertenso.
Então, não precisa estar com a pressão alterada para prestar atenção na entrevista a seguir com a nutricionista Iris Miranda, especialista em Nutrição Esportiva e Clínica.
